Introdução: Após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025, o JPMorgan revisou suas projeções para as ações da Embraer (EMBR3), promovendo uma leve redução no preço-alvo, mas mantendo a recomendação otimista para o médio prazo.
Revisão no Preço-Alvo e Perspectivas Positivas
O banco alterou o preço-alvo para dezembro de 2025, de US$ 65 para US$ 64 por ADR, o que equivale a R$ 94 para R$ 93 por ação. Apesar dessa pequena retração, a expectativa de valorização permanece próxima a 30%. A recomendação segue sendo overweight, indicativo de uma visão favorável em relação ao desempenho esperado das ações da Embraer em comparação ao mercado.
Elementos que Sustentam a Avaliação
- Melhoria consistente no portfólio de produtos da empresa.
- Aumento da eficiência operacional e melhor aproveitamento da estrutura interna.
- Elevação dos múltiplos de mercado como reflexo desses avanços.
- Incorporação da Eve, unidade de mobilidade aérea urbana, que adiciona valor estimado em US$ 5 por ação.
Indicadores Financeiros e Cenário de Mercado
Atualmente, a Embraer negocia a 9,2x o múltiplo Ev/Ebitda previsto para os próximos 12 meses, valor acima da média dos últimos dez anos, que é de 7,8x. De acordo com os analistas, essa valorização é justificada devido à melhora no retorno sobre o capital investido, que se aproxima de 10%, o dobro da média histórica de 5%. Além disso, a margem Ebitda voltou a subir, alcançando cerca de 12%, apoiada pela maior carteira de pedidos da história da empresa, que agora ultrapassa US$ 26 bilhões, ampliando a previsibilidade dos resultados no curto prazo.
Impacto de Tarifas e Ajustes nas Estimativas
Quanto a possíveis tarifas impostas pelos Estados Unidos ao setor aeroespacial, o banco estima um impacto modesto de 60 pontos-base sobre a margem Ebit neste ano, inferior aos 90 pontos-base indicados pela Embraer anteriormente. Espera-se que este efeito diminua progressivamente para 20 pontos-base em 2026 e 10 pontos-base em 2027. A estrutura dos contratos permite o repasse dessas tarifas, concentrando os impactos diretos na produção de jatos executivos e serviços realizados nos EUA.
O ajustamento no preço-alvo reflete principalmente uma redução de cerca de 7% na previsão do lucro operacional (Ebit) para 2025, agora projetado em US$ 588 milhões, o que representa uma margem de 7,9% dentro da faixa estipulada pela companhia. A expectativa é que esse indicador apresente recuperação a partir de 2026, com ganhos de eficiência e possíveis ajustes nos preços dos produtos.
Riscos e Desafios para o Futuro
Entre os principais riscos apontados estão a dependência da Embraer no crescimento da carteira de pedidos — que cresceu 25% no último trimestre na comparação anual — e possíveis interrupções em fornecedores críticos. Um exemplo é a paralisação na fábrica da Pratt & Whitney, localizada em Connecticut, que produz motores utilizados em aeronaves da Embraer, podendo afetar a produção caso a greve se estenda.
Conclusão
Em suma, apesar de um ajuste marginal para baixo no preço-alvo das ações da Embraer pelo JPMorgan, os fundamentos da empresa seguem sólidos, com melhora operacional, carteira de pedidos histórica e novas oportunidades trazidas pela Eve. A recomendação permanece otimista, apontando potencial de valorização significativo, ainda que atentos aos riscos externos que podem influenciar o desempenho futuro da companhia.