Introdução: No primeiro trimestre de 2025, a companhia aérea Azul apresentou um resultado financeiro desafiador, com prejuízo líquido ajustado significativamente maior em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar disso, a empresa revelou avanços importantes em sua receita e no volume de passageiros transportados, refletindo um cenário misto para suas operações.
Desempenho financeiro e indicadores principais
O prejuízo líquido ajustado da Azul atingiu R$ 1,816 bilhão no 1T25, correspondendo a um aumento de mais de 460% em comparação ao primeiro trimestre de 2024. Considerando os números sem ajustes, a empresa registraria um lucro líquido de R$ 783,1 milhões, revertendo um resultado negativo de R$ 1,118 bilhão do ano anterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou R$ 1,385 bilhão, valor 29,4% superior ao 1T24. Esse crescimento foi influenciado principalmente pela desvalorização do real frente ao dólar, alta dos preços do combustível e a inflação em geral. A margem Ebitda ajustada, contudo, caiu 4,6 pontos percentuais, situando-se em 25,7% no trimestre.
Principais fatores que impactaram o resultado
- Desvalorização de 18,0% do real ante o dólar americano;
- Aumento de 3,0% no custo do combustível;
- Crescimento de 15,6% na capacidade operacional anual;
- Redução de custos e ganhos em produtividade;
- Receita operacional totalizando R$ 5,4 bilhões, alta de 15,3%;
- Resultado financeiro líquido positivo em R$ 212,5 milhões, revertendo prejuízo significativo do ano anterior.
Crescimento no tráfego de passageiros e expansão internacional
A Azul registrou aumento de 19,4% no tráfego de passageiros medido em RPK, superando o crescimento da capacidade e alcançando uma taxa de ocupação de 81,5%, 2,6 pontos percentuais acima do 1T24. A receita unitária por assento-quilômetro oferecido (RASK) também manteve-se robusta, registrando R$ 42,14 centavos.
A capacidade total da companhia, medida em assentos-quilômetros oferecidos (ASK), expandiu-se em 15,6%, puxada por um crescimento expressivo de 39,2% nas operações internacionais. No período, cerca de 8 milhões de passageiros foram transportados, o que representa um aumento de 9,8% em comparação ao primeiro trimestre de 2024.
Conclusão
Embora a Azul tenha apresentado um prejuízo ajustado elevado no início de 2025, os números mostram uma companhia em expansão, com aumento expressivo no tráfego e receita operacional. As pressões inflacionárias e a desvalorização cambial impactaram os custos, mas iniciativas voltadas à produtividade e o crescimento internacional indicam potencial de recuperação para os próximos períodos.