Introdução: O bloco dos países emergentes BRICS tem passado por importantes mudanças com a entrada recente de novos membros plenos e parceiros. Apesar dessas ampliações, representantes do Brasil defendem a necessidade de manter a coesão do grupo, indicando que o momento para novas adesões não é o ideal, ainda que uma eventual exceção possa ser considerada.
A posição do Brasil sobre a expansão do BRICS
Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República, enfatizou durante evento em Moscou que o BRICS deve focar em consolidar seu quadro atual. Ele destacou que, embora possa haver algumas exceções no futuro, o grupo precisa estar coeso para funcionar efetivamente. Amorim ressaltou que quando um agrupamento cresce demais, fica mais difícil alcançar consenso e tomar decisões ágeis. Portanto, considera que a dimensão atual do BRICS é adequada para os seus objetivos.
Contexto recente e composição dos membros
- Os membros plenos atuais incluem Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, além de novos integrantes como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
- Como parceiros, o BRICS conta com países como Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Desafios e implicações das recentes ampliações
As últimas inclusões foram incentivadas principalmente por China e Rússia, apesar da resistência brasileira. A ampliação tem gerado dificuldades para manter a unidade e o protagonismo do Brasil dentro do bloco. Além disso, há esforços contínuos para aprimorar a governança interna, implantando regras mais claras e ajustando a presidência rotativa para melhor acomodar os novos membros.
Vale destacar que as divergências internas, especialmente entre países africanos, influenciaram na retirada de candidaturas apoiadas pelo BRICS para o Conselho de Segurança da ONU na reunião do ano anterior. Isso demonstra os impactos da expansão nas decisões estratégicas do grupo.
Os limites para futuros candidatos e a importância do consenso
Embora novos países tenham manifestado interesse em se juntar ao bloco, o Brasil permanece cauteloso quanto a uma nova onda de ampliações. Turquia e Venezuela, por exemplo, têm buscado participação, mas não receberam convites para o ingresso como membros plenos. A Venezuela, especialmente, enfrenta resistência devido a questões políticas com o governo brasileiro atual.
Importante destacar que o BRICS opera sob a regra do consenso, e os parceiros têm participação limitada, sem direito a veto. Até o momento, o envolvimento dos parceiros tem sido visto como insuficiente, o que gera um debate sobre seu papel e espaço no grupo.
Conclusão
O futuro do BRICS parece apontar para uma fase de consolidação de seu tamanho atual, priorizando a manutenção da coesão e da efetividade em suas decisões. Mesmo que novas adesões possam ser discutidas, o entendimento é de que ampliar o grupo indiscriminadamente pode enfraquecer a unidade. Assim, o bloco caminha para ajustar suas regras internas e fortalecer sua governança, mantendo um equilíbrio entre crescimento e estabilidade.